Lobista diz que pagou R$ 115 mil em caixa 2 para a campanha de Witzel

O lobista Daniel Gomes afirmou em delação premiada que pagou R$ 115 mil em caixa 2 para a campanha de Wilson Witzel (PSC) nas eleições de 2018.

Em delação homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gomes disse que foi procurado pelo assessor do então deputado federal e senador eleito Arolde Oliveira (PSD), Robson dos Santos França, para que contribuísse ilegalmente com a campanha de Witzel.

Daniel Gomes fez acordo de delação premiada na Operação Calvário ao Ministério Público da Paraíba.

Arolde apoiou Witzel, inclusive gravando vídeos pedindo votos para ele.

Segundo o delator, ele já tinha feito doações para campanhas apoiadas por Robson apostando na vitória de seus candidatos e recebendo benefícios quando eleitos. Robson mandava via Whatsapp notícias de pesquisas que apontavam a vitória de Witzel, no intuito de convencer o lobista a contribuir financeiramente.

“Robson e eu mantínhamos uma boa e confiável relação desde o nosso primeiro contato, motivo pelo qual eu sempre o ajudei nas campanhas, apostando nas vitórias dos candidatos que ele apoiava e visando facilidades na obtenção de eventuais contratos com o poder público no futuro”.

De acordo com Daniel Gomes, ex-conselheiro da Cruz Vermelha e ligado à área da saúde, Robson prometia “um futuro promissor na nova gestão do Estado do Rio com o apoio do senador eleito Arolde de Oliveira”.

“Robson me disse que estava trabalhando na campanha de Wilson Witzel, pois o então deputado Arolde de Oliveira, da bancada evangélica, o estava apoiando e havia também de forma surpreendente sido eleito senador da República”, relatou o lobista.

Quando da campanha para o segundo turno, Gomes decidiu por doar ilegalmente R$ 115 mil em espécie para a campanha de Witzel em três parcelas. A primeira e a segunda foram de R$ 50 mil, tendo elas acontecido nos dias 16 e 19 de outubro de 2018.  Os R$ 15 mil restantes foram pagos no dia 26 de outubro.

Como prova da doação ilegal, Gomes entregou à Justiça suas conversas com Robson, na qual se referiam ao dinheiro de caixa dois como “pessoas”.

“Eu resolvi atender o pedido e durante a campanha do segundo turno paguei a Robson o valor total de R$ 115 mil reais em espécie, divididas em 3 parcelas, todas pagas pela minha secretária Michelle Louzada, destinados à campanha de Witzel”, disse.

Como contrapartida do apoio financeiro, Daniel Gomes negociou a participação da Organização Social (OS) Instituto Sócrates Guanaes. A OS não participava da gestão da saúde do estado do Rio de Janeiro por falta de articulação “política”, avaliava o lobista.

O caso deve tramitar na Justiça Eleitoral por se tratar de caixa 2.

A assessoria de Witzel negou o recebimento de caixa dois e disse que Robson não trabalhou na campanha de Witzel.

O senador Arolde de Oliveira se disse “preplexo” e afirmou que Robson França foi exonerado do seu gabinete e disse que não participou da campanha de Witzel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Respostas de 2

  1. Quero ver quando vão apresentar provas concretas a respeito disso. Só vejo tentativas levianas para difamar o governador, provar que é bom, ninguém prova nada. Witzel tem se esforçado para fazer um bom governo, parem de pegar no pé dele!

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