STF tem maioria para tornar réus ex-oficiais da PM do DF cúmplices dos golpistas

São 7 policiais militares, que foram denunciados pela PGR por omissão durante o 8 de janeiro, “dia da infâmia”. Julgamento segue até o próximo dia 20, quando a Corte deve sentenciá-los culpados e condená-los

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para tornar réus os 7 ex-integrantes da cúpula da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) por omissão durante a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, dia 8 de janeiro de 2023.

A Primeira Turma é composta por: Alexandre de Moraes (presidente), Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin.

Os ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia seguiram o voto do relator, Alexandre de Moraes, favorável ao recebimento da denúncia. O ministro Luiz Fux é o único que ainda falta votar.

A votação começou no plenário virtual dia 6 de fevereiro e segue até o próximo dia 20.

ADESÃO

De acordo com o relator, os denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) aderiram aos “propósitos golpistas da horda antidemocrática que atentou contra os Três Poderes”.

“Os fatos contextualizados na íntegra evidenciam o proceder de possível organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente àquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, tendo por mote a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”, escreveu Alexandre de Moraes.

ARTICULAÇÃO DE LEVANTE

Na denúncia oferecida ao STF, a PGR defendeu que a alta cúpula da PMDF foi omissa durante os atos golpistas e estavam, desde 2022, articulando levante em favor do agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a fim de mantê-lo na Presidência da República, mesmo tendo sido legitimamente derrotado pelo opositor direto, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A denúncia menciona, inclusive, a troca de mensagens entre os acusados, o que demonstrava insatisfação com a vitória de Lula, nas eleições presidenciais, e expectativa de intervenção militar, por parte das Forças Armadas.

“Havia, portanto, um alinhamento ideológico e de propósitos entre os denunciados e aqueles que pleiteavam uma intervenção das Forças Armadas”, escreveu Moraes.

“Os extremistas se articularam com o objetivo de promover desordem social e caos, buscando um ambiente propício para medidas extremas que, conforme acreditavam, levariam à extinção do Regime Democrático e à manutenção de Bolsonaro no poder”, acrescentou.

CRIMES

Os 7 policiais militares foram denunciados pela PGR e estão sob julgamento pelo STF por 5 crimes:

• abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

• golpe de Estado;

• dano qualificado contra patrimônio da União;

• deterioração de patrimônio tombado; e

• violações à Lei Orgânica da PMDF.

RÉUS DENUNCIADOS PELA PGR

Os agora réus que foram denunciados pela PGR, que está em julgamento pelo STF são:

• Coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-comandante-geral da PMDF;

• Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF;

• Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF;

• Coronel Paulo José Ferreira de Sousa, ex-comandante interino do Departamento de Operações da PMDF;

• Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos, ex-chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF;

• Major Flávio Silvestre de Alencar, PM que estava trabalhando durante o 8 de janeiro; e

• Tenente Rafael Pereira Martins, PM que estava trabalhando durante o 8 de janeiro.

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