Santos Cruz aponta que caso das joias de Jair “era uma coisa direta do gabinete presidencial”

Ele defende uma investigação rigorosa do escândalo, mas acha que “não tem nada a ver essa questão militar”

O General Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência de Jair Bolsonaro (PL), considerou surpreendente o caso das joias sauditas e defendeu que sejam feitas todas as investigações sobre o caso. As afirmações foram feitas nesta sexta-feira (10), segundo matéria da revista Sociedade Militar.

O militar fez questão de ressaltar que tudo isso “era uma coisa direta do gabinete presidencial”, apontando o fato de que os militares envolvidos e o próprio uso do avião da FAB tiveram origem em ordens dadas pelo governo.

“É uma área que não tinha nada a ver [com militares], era uma coisa direta do gabinete”, enfatizou.

“Precisamos de inquérito, mas não tem nada a ver essa questão militar”, insistiu o general. “Acredito que qualquer investigação, se houver algum crime, vai ter de classificar a irregularidade. Só uma investigação vai esclarecer tudo”, completou Santos Cruz.

Segundo uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o Governo Bolsonaro tentou trazer ao Brasil de forma ilegal joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que teriam sido um presente da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As joias foram encontradas na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Os objetos eram um anel, um colar de brilhantes, um relógio e brincos de diamante, e foram apreendidos no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Atualmente, os itens estão guardados em um depósito em uma área de segurança do aeroporto fortemente vigiada. O Planalto tentou por diversas vezes retirar as joias, inclusive na véspera da saída de Bolsonaro do governo.

A legislação brasileira determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado à Receita Federal. A declaração no caso não foi feita. Nem como presente oficial e nem como presente pessoal. Por essa razão, o agente do órgão reteve os diamantes. Jair Bolsonaro tentou de diversas formas retirar as joias e chegou a enviar um ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que as joias fossem destinadas à Presidência da República.

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