PGR aponta 4 deputados que usaram verba pública para bancar atos golpistas

A Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou que pelo menos quatro deputados federais bolsonaristas usaram dinheiro público para apoiar as manifestações golpistas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.

Os deputados Bia Kicis (PSL-DF), Guiga Peixoto (PSL-SP), Aline Sleutjes (PSL-PR) e General Girão (PSL-RN) usaram parte da cota parlamentar para contratar os serviços da Inclutech Tecnologia de Informação para a divulgação das manifestações, que pediam o fechamento do STF e do Congresso.

A Inclutech pertence ao publicitário Sérgio Lima, que fez o logo do Aliança Pelo Brasil, partido que Bolsonaro pretende fundar. Sérgio é investigado pelo inquérito das fake news, que tramita no STF, e seus endereços já foram alvos de operações de busca e apreensão.

Em despacho, o vice-procurador-geral da República Humberto Jacques apontou que a participação dos parlamentares acontece “tanto na expressão e formulação de mensagens, quanto na sua propagação e visibilidade, quanto no convívio e financiamento de profissionais na área”.

Jacques afirmou ainda que a rede criada para a organização das manifestações está “integralmente estruturada de comunicação virtual voltada tanto à sectarização da política quanto à desestabilização do regime democrático para auferir ganhos econômicos diretos e políticos indiretos”.

As informações são do jornal O Globo, que teve acesso a documentos do inquérito.

Em seu Twitter, os deputados Bia Kicis, General Girão e Guiga Peixoto divulgaram imagens e vídeos da pequena manifestação golpista do último domingo (21). Girão participou do ato.

Os pagamentos dos gabinetes à Inclutech foram identificados após quebra de sigilo determinada pelo relator do inquérito, o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Ao todo, foram quebrados os sigilos de outros 7 parlamentares, sendo eles os deputados Alê Silva (PSL-MG), Cabo Junio do Amaral (PSL-MG), Carla Zambelli (PSL-SP), Caroline de Toni (PSL-SC), Daniel Silveira (PSL-RJ), e Otoni de Paula (PSC-RJ) e o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ).

SITES GOLPISTAS RECEBERAM DA SECOM

A PGR afirmou que sites e canais bolsonaristas receberam verba da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) para que as falas feitas por Jair Bolsonaro durante as manifestações golpistas fossem divulgadas. Segundo O Globo, dois deles podem ter recebido mais de US$ 150 mil para transmitir os atos.

De acordo com os cálculos feitos pela PGR, a Folha Política recebeu entre US$ 6 mil e US$ 11 mil para transmitir a fala de Jair Bolsonaro durante a manifestação do dia 3 de maio.

O Foco do Brasil, por sua vez, faturou entre US$ 7,55 mil e US$ 18 mil com a transmissão do dia 19 de abril.

Relacionadas:

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *