PF intima Heleno para depor sobre arapongagem na Abin do governo passado

Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro, foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento no caso das espionagens ilegais na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Ele deverá estar na terça-feira (6) na sede da PF em Brasília.

A Abin era parte da estrutura do GSI durante o governo Bolsonaro. Somente em março de 2023 que Lula transferiu a Agência para a Casa Civil.

Quando Heleno comandava o GSI, foi montada a estrutura paralela e ilegal de espionagem dentro da Abin.

O governo Bolsonaro usou uma ferramenta espiã israelense chamada First Mile, capaz de indicar a localização de qualquer aparelho celular, mais de 60 mil vezes. Foram espionados deputados, como o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a procuradora Simone Sibilio, do caso Marielle Franco.

Alexandre Ramagem, que respondia diretamente a Augusto Heleno, era quem destacava os agentes da Abin que iriam utilizar ilegalmente a ferramenta e cometer crimes dentro do órgão.

“A Polícia Federal identificou a existência de uma organização criminosa com intuito de monitorar ilegalmente pessoas e autoridades públicas, invadindo aparelhos e computadores, além da infraestrutura de telefonia e apontou a existência de diversos núcleos distintos dentro da organização”, citou o ministro Alexandre de Moraes em um despacho com base em relatório da PF.

Além disso, a estrutura da Abin foi utilizada para ajudar o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho de Jair, com a “preparação de relatórios” para sua defesa no caso das rachadinhas. O mesmo ocorreu com Jair Renan Bolsonaro, o filho mais novo, acusado de tráfico de influência.

Na investigação acerca da Abin paralela, a Polícia Federal já cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços de Alexandre Ramagem, de seus ex-assessores e nos do vereador fluminense Carlos Bolsonaro (Republicanos).

No celular de Ramagem, a PF encontrou um pedido de Carlos Bolsonaro, através de uma assessora, para ter acesso a inquéritos policiais. Na época, Ramagem já tinha até saído da Abin para se candidatar a deputado, mas enviou as informações que foram pedidas.

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