Para deleite de Trump, Bolsonaro Filho promete retaliar China

Em sua recente viagem aos EUA, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, não ficou satisfeito em apenas tietar Donald Trump, até mesmo usando o ridículo boné de campanha do republicano. Ele resolveu escancarar toda a sua subserviência e a de sua família à Casa Branca. Disse a empresários, durante almoço à portas fechadas, que está à disposição para servir Trump no que for preciso em sua cruzada comercial contra a China. O governo americano está pressionando o governo chinês para reduzir seu superávit comercial com os americanos. No que depender dos bolsonaros, o Brasil reduz drasticamente os negócios com o país asiático. As informações foram obtidas pelo Estadão.

Perguntado sobre as relações do Brasil com a China, Eduardo Bolsonaro minimizou a sua importância para a economia brasileira e prometeu derrubar os negócios com os chineses. “É o maior parceiro do Brasil não por causas naturais, mas porque nossos ex-presidentes quiseram fazer isso. Se trabalharmos para deixar o mercado livre e com políticas liberais, os Estados Unidos estarão de volta como principal parceiro comercial do Brasil”, afirmou.

Apesar do desagradar a clã dos bolsonaros, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2017, o volume de exportações brasileiras à China alcançou a cifra de US$ 50 bilhões, enquanto que as importações do país asiático ficaram num montante de US$ 28 bilhões, resultando num superávit comercial do Brasil em cerca de US$ 32 bilhões. Até junho de 2018, último mês que o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços computou os dados de exportação e importação, o Brasil possuía um superávit comercial de US$ 15 bilhões com os chineses, sendo que no primeiro semestre deste ano o total de exportações e importações com a China foi de US$ 30 bilhões e US$ 15 bilhões, respectivamente.

As relações comerciais com os EUA não são tão favoráveis. A partir de 2009 os saldos comerciais com aquele país ficou negativo até 2017. Nesses oito anos, o saldo negativo acumulado com os Estados Unidos superou a cifra de US$ 48,3 bilhões, o maior déficit já registrado na história do comércio exterior brasileiro num período de nove anos com um único país. O maior saldo negativo entre os dois países foi registrado em 2013, no montante de US$ 11,365 bilhões, fruto de exportações de US$ 36,018 bilhões e vendas brasileiras de pouco mais de US$ 24,653 bilhões. Apenas em 2017 esse quadro se reverteu.

Além dos saldos positivos para os EUA no comércio com o Brasil, que John Bolton, conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, disse, em visita a Bolsonaro, que quer aumentar, as empresas americanas são tradicionalmente as que mais adquirem empresas brasileiras. Das 20 maiores multinacionais que atuam no Brasil, metade são dos EUA. Os americanos lideraram o destino das remessas de lucros e dividendos para o exterior, respondendo por 31,1% do total (dados de 2017).

Mas para Bolsonaro, segundo seu filho, quem está comprando o Brasil não são as empresas americanas, mas sim a China. Veja o que ele disse aos investidores americanos sobre esse assunto. “Meu pai presta muita atenção nos movimentos sobre a China ao redor do mundo, normalmente fala ‘a China não está comprando do Brasil, a China está comprando o Brasil’. E nós não queremos ser a próxima Angola”, completou o filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

SÉRGIO CRUZ

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Respostas de 3

  1. O Brasil não tem água para o agronegócio
    “A produção de carne emite o mesmo volume de Gases do Efeito Estufa (GEEs) de que todos os carros, caminhões, aviões e navios.” Relatório Greenpeace

  2. Isso ñ é bom. A China é o país q mas compra do Brasil, isso quer dizer q é mais emprego p nós brasileiros, diretos ou indiretos, então pode ser um tiro no pé nosso, do Brasil, olha só a situação se complicando.

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