Motta pede suspensão de 5 deputados do PL e do Novo pelo sequestro da Mesa

Mesa Diretora decidiu encaminhar as denúncias contra os parlamentares que tentaram tomar de assalto a Casa. Eles ocuparam a Mesa Diretora, nesta semana, para impedir a retomada dos trabalhos 

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu encaminhar, nesta sexta-feira (8), as representações de afastamento contra ao menos 5 deputados do PL e do Novo por até 6 meses. A decisão sobre a suspensão vai ser analisada inicialmente, nos próximos dias, pela Corregedoria Parlamentar. E depois vai ao Conselho de Ética.

Entre os pedidos contra deputados constam os nomes de Marcel van Hattem (Novo-RS), Paulo Bilynskyi (PL-SP), Julia Zanatta (PL-SC), Zé Trovão (PL-SC) e Marcos Pollon (PL-MS).

A decisão foi tomada pela Mesa sob o comando do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), após os bolsonaristas terem se recusado a desocupar as cadeiras da Mesa Diretora, em particular a de Motta, durante a retomada dos trabalhos da Casa, na última quarta-feira (6), diante da ocupação do plenário organizada pela oposição bolsonarista.

MOTIM NA CÂMARA

A bancada bolsonarista da Câmara impedia a realização dos trabalhos, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, na segunda-feira (4).

A representação contra os deputados repete os casos do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) e André Janones (Avante-MG), que foram suspensos por 3 meses das atividades parlamentares.

PAUTA BOLSONARISTA

Eles queriam que entrasse em votação, antes de quaisquer matérias, 3 medidas pró-impunidade de forma imediata: o projeto para anistiar os envolvidos no 8 de janeiro, a PEC (proposta de Emenda à Constituição) do fim do foro privilegiado e também o impeachment de Moraes, no Senado Federal.

Dois dias depois, na quarta-feira (5), Motta decidiu convocar sessão e ameaçou punir com suspensão de 6 meses qualquer deputado que insistisse no motim.

TUDO FOI PLANEJADO

Toda a ação empreendida pela bancada bolsonarista foi discutida e planejada no recesso parlamentar, que os apoiadores do ex-presidente na Câmara não queriam que ocorresse.

A ideia era manter o Congresso em funcionamento, com propósito de manter sob pressão os presidentes da Câmara e Senado, a fim de pautar proposições de exclusivo interesse dos bolsonaristas.

O processo contra Marcel van Hattem é porque, entre outras questões, o deputado quis impedir que Motta se sentasse na cadeira da Presidência para conduzir os trabalhos da Casa.

TAREFEIROS

A deputada Julia Zanatta participou do motim, com a filha recém-nascida no colo. A criança foi usada como escudo. A ideia era produzir material para as redes digitais para mostrar que o País vive “regime de exceção” ou “ditadura” e com a filha de colo iria causar comoção em caso de confronto, que era o que os bolsonaristas queriam.

A Zé Trovão foi dada a tarefa de não permitir que deputados da base subissem à Mesa Diretora dos trabalhos. Ele não quis deixar o presidente Hugo Mota ter acesso à Mesa para tomar assento na cadeira de presidente da Câmara

Marcos Pollon era um dos amotinados mais ruidosos. Ele também se sentou na cadeira presidencial e disse que só sairia da Mesa Diretora depois que houvesse resposta positiva para o PL da anistia.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *