Laudo do MP-RJ confirma esquema de rachadinha em gabinete de Carlos Bolsonaro

Justiça do Rio determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro. Duas pessoas “nomeadas” como assessoras parlamentares afirmaram que, na verdade, nunca exerceram funções no gabinete do vereador

Investigações do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) apontam que o chefe de gabinete do filho de ex-presidente Bolsonaro teria recebido R$ 2 milhões de servidores “nomeados” para “assessorar” o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Jorge Luiz Fernandes recebeu R$ 2,014 milhões em depósitos de três ex-servidores do filho “02″ do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de três funcionários que ainda trabalham para ele na Câmara Municipal.

Laudo do Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do MP-RJ divulgado pelo jornal O Globo e confirmado pelo Estadão, registrou as movimentações financeiras de Fernandes.

Os dados obtidos pelo MP reforçam as suspeitas da prática de peculato, conhecida como “rachadinha”, no gabinete de Carlos Bolsonaro.

O MP aponta que, entre 2009 e 2018, o chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro recebeu:

  • R$ 647 mil de Juciara da Conceição Raimundo;
  • R$ 101 mil de Andrea Cristina da Cruz Martins;
  • R$ 814 mil de Regina Célia Sobral Fernandes;
  • R$ 212 mil de Alexander Florindo Batista Júnior;
  • R$ 52 mil de Thiago Medeiros da Silva; e
  • R$ 185 mil de Norma Rosa Fernandes Freitas.

Jorge Fernandes é casado com Regina Célia Sobral.

MOVIMENTAÇÃO ATÍPICA

Diante dessa movimentação financeira obtida pela 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, a Justiça do Rio determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro.

A medida foi autorizada pela 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado do Rio, em 24 de abril. A quebra do sigilo também atingiu outras 26 pessoas e empresas.

A apuração foi aberta após reportagem publicada pela revista Época revelar que duas pessoas “nomeadas” como assessoras parlamentares afirmaram que, na verdade, nunca exerceram funções no gabinete de Carlos Bolsonaro.

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