Hondurenhos exigem fim de decretos de privatização da saúde e educação

Dezenas de milhares de pessoas lideradas por professores e médicos se manifestaram nesta segunda-feira em Honduras, pela 3ª semana consecutiva, exigindo a revogação de dois decretos que jogam para privatizar a saúde e a educação, e, ao mesmo tempo, facilitam demissões em massa. 

O presidente Juan Orlando Hernández (conhecido pela sigla JOH), na tentativa de pôr fim aos protestos, tinha deixado sem efeito medidas anteriores e emitido novos decretos que a presidente do Colégio Médico de Honduras (CMH), Suyapa Figueroa, qualificou de una farsa porque o movimento que organiza os protestos, a coalizão de sindicatos Plataforma de Defesa da Saúde e a Educação, tinha sido ignorado e as reivindicações sequer consideradas.

O médico Diego Sánchez disse ao site Confidencial HN que as mobilizações vão continuar em todo o país. «Não vamos parar até que revoguem os decretos porque esta é uma luta justa, por uma causa justa; estamos lutando para que o povo não tenha que pagar 60 mil lempiras [cerca de 10 mil reais] por hospitalização e até um milhão de lempiras [145 mil reais] por uma cirurgia ou por um tratamento médico», criticou.

Nas ruas de Tegucigalpa, a imprensa local registrou a existência de cortes de ruas em vários pontos da capital, bem como de manifestações em outras cidades do país, como San Pedro Sula, Copán, Atlántida, Comayagua e Choluteca.

Os protestos contra as medidas começaram no final de abril. Os sindicatos denunciam que as medidas irão permitir ao governo hondurenho proceder à realização de «demissões massivas de funcionários», acabar com «conquistas que os trabalhadores alcançaram em décadas de luta» e privatizar os sectores da Educação e da Saúde.

Na sexta-feira, 31-05, aconteceu um enfrentamento com as forças policiais e estradas ao sul da capital foram bloqueadas. Ao final da tarde, manifestantes colocaram fogo na entrada principal da embaixada estadunidense.

A Plataforma exige que todo o Plano do governo seja revogado, e destacam que “essa luta é uma ponte para recuperar toda a institucionalidade do país”.

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