Harvey Weinsten usava poder da Miramax para agredir sexualmente destacadas atrizes de Hollywood

Desde a publicação das primeiras denúncias de assédio sexual contra um dos mais destacados produtores de Hollywood, Harvey Weinstein, não param de surgir novos relatos de assédio e agressão sexual contra ele.

Algumas das mais destacadas atrizes que trabalharam para suas empresas, Miramax e Weinstein Company divulgam agora os constrangimentos pelos quais passaram diante de Weinstein. É o caso de Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie, Mira Sorvino, Ashley Jude e muitas outras.

A empresa que ele dirigia o demitiu no dia 8.

Através de diversos artigos, vêem à tona informações que expõem o aproveitamento sexista de atrizes, modelos e funcionárias no centro cinematográfico. Segundo o New York Times, Weinstein já havia fechado “acordos” com pelo menos oito mulheres, incluindo uma assistente de produção em 1990, para evitar ações judiciais.

Com a atriz Rose McGowan, o – até algumas semanas atrás – festejado produtor, ganhador de Oscar, fechou, em 1996, acerto de US$ 100 mil para “evitar litígio judicial”.
Articulistas destacam o fato de isto ter ocorrido durante três décadas pelo menos, o que poderia passar desapercebido e que, portanto, exigiu uma quantidade no mínimo muito expressiva de apoiadores ou encobridores de atitudes que agora se tornaram o atual escândalo.

E, de fato, não passaram. A cantora Courtney Love declara. agora, que já em 2005 alertava jovens atrizes a não aceitarem convites do produtor para encontros em hotéis.
As atrizes destacadas, que agora contam estas abjeções dizem que as denúncias não vieram à tona antes por medo de perda de papéis ou outras retaliações.

Weinstein, se limitou a dizer que sabe que suas atitudes “causaram muita dor” e que está “tentando melhorar” e, em sua defesa, que “nunca retaliou nenhuma das que se recusaram” a ceder a seus investidas.

A articulista Lizzy Ratner, em artigo para o The Nation, intitulado “Quem mais permitiu ações de Harvey Weinstein foi a própria Hollywood”, ao investigar o clima dos estúdios de cinema que predominam na cidade, acrescenta que as diferenças, além das de salário entre atores e atrizes são também uma demonstração da discriminação e desiguldade que atinge as mulheres em diversos níveis e não apenas o da predação sexual:

“Em 2016, as mulheres detinham apenas 17% das funções de ribalta nos 250 filmes de maior bilheteria. Entre 3.212 empregados como diretores, escritores, editores, produtores e cinegrafistas, somente 546 eram mulheres. O quadro é mais grave quando se olha cada tipo de serviço; apesar de 24 posições ocupadas por mulheres como produtoras, somente 7% estavam em cargos de direção, 13% como escritoras, 17% como editoras e 5% como cinegrafistas”.

NATHANIEL BRAIA

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