Golpe fascista fracassou porque FFAA não apoiaram, admite Bolsonaro

“As Forças Armadas não participaram dos atos, portanto, não houve golpe”, explicou o fascista. Ele disse que os terroristas que vandalizaram Brasília eram “senhorinhas e velhinhas com bandeira do Brasil nas costas”

Para tentar se safar da cassação ou da cadeia, Jair Bolsonaro afirmou, na sexta-feira (23), em entrevista à Rádio Gaúcha Atualidade, que os terroristas que vandalizaram Brasília eram “senhorinhas e velhinhas com bandeira do Brasil nas costas” e que ele não tinha nada a ver com eles.

Tentando tirar o corpo fora da responsabilidade pela intentona fracassada de 8 de janeiro, Bolsonaro mentiu mais uma vez aos seus entrevistadores. Apesar do contorcionismo, ele acabou obrigado a admitir que não concretizou a tentativa de ruptura violenta da Constituição porque as Forças Armadas não embarcaram em sua aventura golpista.

“As Forças Armadas não participaram dos atos, portanto, não houve golpe”, explicou o fascista.

Ou seja, ele teve que reconhecer que ficou isolado e sem força para concretizar a planejada “intervenção” no TSE. As mensagens gravadas no celular de seu “faz-tudo”, o coronel Mauro Cid, mostraram que os bolsonaristas ficaram furiosos porque os comandantes das Forças Armadas não apoiaram a ideia articulada por ele e sua trupe de declarar nulas as eleições e decretar “Estado de Defesa” no TSE.

Alguns generais e comandantes militares foram ofendidos e agredidos violentamente pela milícia bolsonarista na internet porque desautorizaram o uso indevido das FFAA. A milícia chegou até a nomear os generais que seriam, na visão deles, os “traidores do Brasil”.

O plano de golpe, que foi descoberto nas gravações obtidas pela Polícia Federal, mostrou que a ideia era a disseminação das agitações, dos bloqueios de estradas e dos atos em frente a quarteis como preparação para a decretação do Estado de Defesa no TSE e a intervenção militar.

O golpistas queriam alterar, através de um golpe de Estado, o resultado desfavorável das urnas. Até um parecer do jurista da extrema direita, Ives Gandra Martins foi encomendado para dar um ar de legalidade à trama golpista. Tudo isso foi devidamente repudiado pelos altos mandos militares. Na entrevista, Bolsonaro negou que ele agia como maestro do golpe.

O Planalto tentou impedir eleitores de votar no Nordeste. Queiram causar confusão e obrigar o TSE a estender o horário de votação na região. A ideia era depois acusar os ministros do TSE de parcialidade no pleito. Tiveram azar, porque Alexandre de Moraes, presidente do TSE, abortou o plano obrigando a Polícia Rodoviária Federal a liberar imediatamente as estradas e deixar os eleitores votarem.

Com a ordem expedida por Moraes, não precisou ser estendido o horário de votação na região. O depoimento mentiroso do ex-diretor da PRF na CPI confirma que os bloqueios faziam parte do plano golpista.

A agitação no dia da diplomação do presidente Lula também fazia parte dos planos de desestabilização política. A reação firme do STF, do Congresso e da sociedade dificultou a continuidade do plano. A recusa dos militares em participar foi a pá de cal no golpe.

Os descalabros do oito de janeiro já foram resultado do fracasso do golpe. Ou seja ali já foi um ato de desespero das hordas fascistas com a derrota política. Eles então vandalizaram Brasília e destruíram as sedes dos Três Poderes. Sobre esses, Bolsonaro disse que eram “senhorinhas e velhinhas com bandeira do Brasil nas costas”.

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