Fracassou estratégia da OTAN de “armar Kiev e quebrar a Rússia”, diz ex-premiê italiano Conte

Chegou a hora de “deixar de lado as avaliações otimistas alimentadas pela propaganda de guerra superficial e ensurdecedora” no Ocidente, convocou Conte.

As tentativas da OTAN de infligir a derrota à Rússia no conflito da Ucrânia erraram completamente o alvo, enquanto Moscou continua firme em meio à contraofensiva vacilante de Kiev e às sanções ocidentais, disse o ex-primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte no sábado (26). 

O líder do partido Movimento Cinco Estrelas observou que o ano e meio de hostilidades entre Moscou e Kiev mostrou que era hora de “deixar de lado as avaliações otimistas… alimentadas por uma propaganda de guerra superficial e também ensurdecedora” no Ocidente. 

O ex-primeiro-ministro, que ocupou o cargo de 2018 a 2021, apelou repetidamente a negociações de paz entre os beligerantes na Ucrânia, ao mesmo tempo em que se opôs a novas entregas de armas a Kiev, advertindo contra uma escalada.

Para Conte, a estratégia do bloco militar liderado pelos EUA, que até agora se baseou na ajuda militar maciça a Kiev e na “lógica da escalada”, não levou ao esperado declínio dos militares russos. Ele lembrou que a Ucrânia nunca conseguiu expulsar as forças russas de Artiomovsk (conhecida na Ucrânia como Bakhmut), um reduto importante do Donbass que a Rússia capturou em maio, após meses de intensos combates.

“Não houve desintegração dos departamentos militares e paramilitares [da Rússia], não houve recuo devido à contraofensiva ucraniana”, sublinhou o ex-primeiro-ministro, acrescentando que as esperanças ocidentais de turbulência política interna no país também não se concretizaram. 

Entretanto, as duras sanções impostas pelo Ocidente à Rússia “não a levaram à falência nem paralisaram a sua economia”, continuou Conte, observando que o objetivo há muito declarado de isolar Moscou “não foi de forma alguma alcançado”.  Para sublinhar o seu ponto de vista, o político referiu-se à recente cúpula dos BRICS – de que a Rússia é membro – que terminou com uma expansão sem precedentes do grupo.  

Conte apontou ainda que o conflito na Ucrânia “expôs a incapacidade da UE de desenvolver uma estratégia comum eficaz e de expressar uma liderança política e econômica autônoma”. Em vez disso, tornou-se mais um indicador da submissão do bloco aos EUA. 

Os comentários de Conte ocorrem em um momento em que a contraofensiva ucraniana não conseguiu ganhar terreno significativo, apesar de mais de dois meses de combates. De acordo com Moscou, Kiev perdeu mais de 43 mil militares e quase 5 mil peças de equipamento militar desde o início da ofensiva. 

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Uma resposta

  1. Esta guerra por procuração, dos malditos EUA e seus dóceis capachos, será o túmulo da OTAN! Que os EUA, essa nação demoníaca, AFUNDE no meio do oceano!

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