Enrolado na venda ilegal de joias no exterior, faz-tudo de Bolsonaro perde seu advogado

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, perdeu seu advogado nesta semana.

O advogado Bernardo Fenelon, especialista em acordos de delação premiada, deixou a defesa do ex-faz-tudo de Bolsonaro na terça-feira, antes da operação do Polícia Federal na sexta-feira (11).

O defensor alegou que sua decisão foi motivada por uma “quebra de confiança” na relação entre ele e Mauro Cid.

As informações são de Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, e Andréia Sadi, do G1.

Bernardo Fenelon é o segundo advogado a deixar a defesa de Mauro Cid desde o início do ano. Até maio, ele era defendido por Rodrigo Roca, próximo à família Bolsonaro.

Até o início da semana, Bernardo Fenelon ainda respondia pelos avanços judiciais das investigações envolvendo Mauro Cid. Não há informação de quem será o novo advogado.

Na sexta-feira (11), Cid e seu pai, general Mauro Lourena Cid, foram alvos de uma operação de busca e apreensão da PF que investiga o desvio e venda ilegal de joias recebidas por Bolsonaro durante a Presidência.

Leia a íntegra do relatório que embasou a operação da PF

O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, e o assessor Osmar Crivelatti também foram alvos da operação. Segundo a PF, Wassef foi responsável pela recompra de um relógio Rolex para que fosse devolvido ao acervo, conforme havia determinado o Tribunal de Contas da União (TCU).

De acordo com a polícia, Cid  vendeu dois relógios de luxo por 68 mil dólares durante uma viagem aos Estados Unidos em junho de 2022. Ele se separou da comitiva presidencial e fez a venda. Os valores foram depositados na conta de seu pai no exterior, o general Cid.

Após a derrota de bolsonaro na eleição presidencial, houve nova tentativa de venda de jóias. Na viagem realizada em 30 de dezembro de 2022, os objetos foram colocados no avião presidencial e posteriormente colocadas à venda nos Estados Unidos.

Conforme a PF, os recursos gerados com as venda dos bens eram repassados a Bolsonaro em dinheiro vivo.

A PF pediu a quebra do sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro e o da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Com a determinação do TCU para que o conjunto de joias fosse devolvido, Cid organizou uma operação para resgatá-las após terem sido vendidas. Era um kit de joias dado pela Arábia Saudita.

O kit foi devolvido em 4 de abril e Bolsonaro escondeu que as joias tinham sido vendidas nos EUA.

“A operação encoberta permitiu que, até o presente momento, as autoridades brasileiras não tivessem conhecimento que os bens foram alienados no exterior, descumprindo os normativos legais, com o objetivo de enriquecimento ilícito do ex-Presidente JAIR BOLSONARO, e posteriormente recuperados para serem devolvidos ao Estado brasileiro”, diz a PF em relatório ao STF.

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