É preciso investigar “até onde a empresa teve má-fé”, diz presidente da CPI da Braskem

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Braskem, afirmou que a investigação precisa “ver até onde a empresa teve má-fé em continuar explorando ali”.

A Comissão ouviu na quarta-feira (6) o ex-servidor do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Thales Sampaio, que relatou à CPI que a Braskem tinha uma “equipe muito pequena” para a avaliação dos riscos nas minhas de sal-gema em Maceió.

Segundo o especialista, a equipe montada não recebeu da empresa condições para trabalhar.

“Existia desaparelhamento de trabalho para saber o que estava se passando. A equipe era muito pequena, tinha muito trabalho a fazer”, falou o ex-servidor no depoimento.

“Não quero chamar a equipe de desqualificada, não acho que seja, digo que não tinham as condições que precisavam ter para tocar a explotação de sal”.

“Poderiam ter percebido? Sim, acho que qualquer geólogo experiente teria percebido que as coisas não estavam andando corretamente”, comentou.

Segundo Sampaio, a Braskem falava às autoridades que as minas de sal-gema estavam sob uma camada rochosa firme.

No entanto, o Serviço Geológico do Brasil constatou que se tratavam de rochas arenosas, que são frágeis.

O SGB já produziu um estudo comprovando que não houve rebaixamento natural. Isto é, o rebaixamento ocorreu por conta da mineração da Braskem.

O senador Rogério Carvalho (PT-MG), relator da CPI, lembrou que a Braskem “é uma das maiores petroquímicas do mundo, é óbvio que todos os recursos necessários estavam à disposição dessa empresa”.

A falta de profissionais na equipe de avaliação geológica “pode representar um ato de negligência”, avalia.

“Não é possível que quem trabalhasse ali não soubesse as condições da mina, porque nós estamos falando de um problema que tem registros e sinais de afundamento desde 2004”, acrescentou.

 O rebaixamento do solo em diversos bairros de Maceió resultou na evacuação de mais de 60 mil pessoas.

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