Desemprego supera média nacional no DF e 13 estados

Apenas seis unidades da federação acompanharam a redução na taxa de desocupação no país no terceiro trimestre, segundo IBGE

O recuo na taxa de desocupação a nível nacional de 9,3% para 8,7% no terceiro trimestre de 2022 em relação ao segundo trimestre só foi acompanhada por seis unidades da federação (UFs), o que não aconteceu com as outras 21 UFs, onde a taxa ficou “estável”, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral do IBGE, divulgada nesta quinta-feira (17). Em 13 estados e no Distrito Federal a taxa de desocupação está acima da média nacional, chegando a até 15%.

De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego supera os dois dígitos na Bahia (15,1%), Pernambuco (13,9%), Rio de Janeiro (12,3%), Sergipe (12,1%), Distrito Federal (10,9%), Paraíba (10,9%), Amapá (10,8), Rio Grande do Norte (10,5%), Alagoas (10,1%) e Acre (10,1%). Destaca-se ainda o nível de desemprego acima da média nacional nos estados do Maranhão (9,7%), Amazonas (9,4%), Piauí (9,2%) e Pará (8,8%).

Taxa de desocupação, por UF, frente ao trimestre anterior (%) – 3° trimestre de 2022

Reprodução IBGE

Ao todo, no terceiro trimestre de 2022 foram constatadas 9,5 milhões de pessoas em busca de trabalho no país. Neste período, 4,2 milhões de pessoas encontravam-se no “desalento”, aquelas que desistiram de procurar emprego por não acreditarem que há oportunidade ou por outros motivos (idade, experiência, localidade) e outros 6,2 milhões subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. Esses números, somados a outros 3,5 milhões (“não desalentados”, segundo o IBGE, os com potencial para o trabalho), formam a “taxa de subutilização da força de trabalho” de 20,1% ou 23,4 milhões de pessoas – com Piauí (40,6%), Sergipe (36,1%) e Bahia (33,7%) liderando as maiores taxas.

39.1 MIILHÕES NO TRABALHO PRECÁRIO

No terceiro trimestre, a taxa de informalidade registrada no país foi de 39,4%, ou 39,1 milhões de pessoas obtendo sua subsistência de atividades de trabalho sem carteira assinada, trabalhos de PJs, vivendo dos famosos “bicos” com jornada de trabalho excessiva e renda miserável.

Entre as unidades da federação com os maiores percentuais de informalidade estão: Pará (60,5%), Maranhão (59,1%), Amazonas (57,1%), Piauí (54,5%), Bahia (53,3%), Ceará (52,2%), Sergipe (51,4%), Paraíba (50,7%) e Pernambuco (50,6%).

No Amapá, Roraima, Rondônia, Alagoas e Acre a taxa de informalidade ultrapassa os 40%. Já São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul as proporções de informais variam acima dos 30%. Santa Catarina (25,9%) e Distrito Federal (29,8%) obtêm as menores taxas.

2,6 MILHÕES DE BRASILEIROS BUSCAM TRABALHO HÁ MAIS DE DOIS ANOS

De acordo com o IBGE, em todo o país cerca de 2,6 milhões buscam trabalho há dois anos ou mais, o que representa 27,2% dos desempregados do país. No terceiro trimestre ainda, 44,5% dos desempregados estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho, 11,7% cuja busca estava durando de um ano a menos de dois anos e outros 16,6% estavam à procura de uma vaga há menos de um mês.

DESEMPREGO É MAIOR ENTRE MULHERES

A PNAD apontou que os níveis de emprego das mulheres, pretos e pardos seguem acima da média nacional. A taxa de desocupação de homens (6,9%) continua abaixo do índice nacional (8,7%), enquanto a das mulheres segue bem acima (11,0%) no terceiro trimestre. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (6,8%) e acima para os pretos (11,1%) e pardos (10,0%).

No governo Bolsonaro, a tragédia do desemprego atinge milhões de lares brasileiros, que ainda se deparam com a carestia nos preços dos alimentos, dos remédios, dos alugueis e das contas básicas de água, luz e gás de cozinha. O país atingiu em outubro o recorde com 68 milhões de brasileiros inadimplentes e 10 milhões de desempregados.

Diante da estagnação econômica, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva apresentou ao Congresso Nacional, através de sua Equipe de Transição, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para garantir recursos públicos aos programas sociais, aumentar os salários e incrementar investimentos públicos, retomada das obras e geração de empregos.

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