Deputado do PDT: “Paulo Guedes quer professores trabalhando com 60 anos”

“É um grande desrespeito do ministro com os professores do país inteiro. Professor não é privilegiado”

O deputado federal Idilvan Alencar (PDT-CE) afirmou que a reforma da Previdência de Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, não combate privilégios e é “desrespeitosa” com os professores de todo o país.

Durante uma reunião da Comissão de Finanças e Tributação, que aconteceu em conjunto com as Comissões de Educação, da Família e de Seguridade social, na semana passada, o deputado Idilvan Alencar perguntou ao ministro o que ele achava da possibilidade de retirar os professores da reforma da Previdência, visto que é uma categoria que está longe de ser privilegiada.

“Ministro, para ser coerente com a sua definição de privilégios, o senhor topa tirar o professor dessa reforma? Professor é privilegiado? Professor já foi privilegiado em toda a história deste país? Professor não é privilegiado. É mal remunerado, é uma profissão que exige muito do profissional”, perguntou.

“E ele não respondeu, se esquivou. Ele disse assim: ‘Eu acho que professor gosta de dar aula, quando se aposentar, deve voltar para a sala de aula, porque eles amam a escola’”, relatou durante discurso.

“Ministro, os professores são carinhosamente chamados neste país, pelas crianças, de tios: a tia Maria, a tia… Eles vão ser chamados, após essa reforma, de vozinha: vozinha Fulana de Tal, vozinho Fulano de Tal, porque vão chegar aos 60 anos [trabalhando]”, rebateu o pedetista.

“Isso é uma incoerência. Eu acho que é um grande desrespeito do ministro com os professores do país inteiro defender essa proposta. É uma incoerência total e absoluta, quando diz que é uma reforma para combater privilégio e coloca os professores”, afirmou.

Idilvan Alencar também questionou o ministro o que achava de aumentar a participação da União no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), que hoje é de 10%. O deputado disse ter ouvido com espanto a resposta do ministro, de que os recursos não deviam estar vinculados nem mesmo na Constituição Federal ou dos estados.

“Sabem o que ele respondeu, para meu espanto? ‘Isso fica a critério do gestor e da necessidade’, ou seja, defendeu a desvinculação. O prefeito pode gastar 30% ou 15%. Isso é o desmonte da educação pública. Eu fiquei abismado com essa resposta dele. Mas publicamente ele fez essa defesa”.

O deputado também perguntou o que o Paulo Guedes achava do Projeto de Lei que estipula que os recursos provenientes de acordos de leniência deveriam ser aplicados na Educação. “Acho que ele [Paulo Guedes] não entendeu a pergunta. Não fez a defesa e se esquivou”.

Paulo Guedes “não está disposto, ele não entende que professor é uma classe importante para esse país, entende que é privilegiado. Ele não acha que seja importante manter a vinculação dos recursos para a educação. E ele também não fez a defesa de trazer os recursos provenientes de acordo de leniência”.

“Então, que país é esse que só fala em reforma da Previdência? Cadê o projeto de desenvolvimento para o país deste Governo? Eu me preocupo com isso”, concluiu.

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