Deputado Bacelar: “é muito grave a reforma da Previdência de Bolsonaro e Guedes”

“Querem cortar o Benefício de Prestação Continuada (BPC), aumentar a idade mínima e atrapalhar a aposentadoria do trabalhador rural”

O deputado Bacelar (Pode-BA) afirmou que “o modelo previdenciário brasileiro é um dos mais avançados do mundo”, mas Bolsonaro quer substituí-lo pela “mesma capitalização que colocou os idosos chilenos em situação de miséria”.

“É claro que a gente precisa estar sempre melhorando a Previdência, mas o modelo brasileiro já é um dos modelos mais avançados do mundo. Ele consegue fazer com que haja solidariedade entre as pessoas, entre as gerações. É um modelo misto, por que tem a contribuição do Estado, do empregador e do empregado, e que garante a aposentadoria do nosso povo”, disse Bacelar, em entrevista ao HP.

Mesmo assim, “eles querem desconstitucionalizar para aprovar essa capitalização selvagem que vemos no Chile. Veja a situação dos idosos chilenos. Eles [Pinochet] prometiam pagar, com a capitalização, 80% dos salários, mas não conseguem pagar 20%”.

Bolsonaro e Guedes “querem entregar a única coisa que o mercado financeiro ainda não pegou, que é uma jóia do trabalhador, que é a Previdência. É muito grave”, disse o deputado baiano.

“Eles colocam os problemas da Previdência, mas não falam que tem que ter crescimento econômico. Com crescimento ela é superavitária. E quando apontam os problemas, não falam de cobrar os grandes devedores, falam apenas de cortar o Benefício de Prestação Continuada (BPC), de aumentar a idade mínima, de atrapalhar a aposentadoria do trabalhador rural”.

O BPC é pago aos idosos que têm renda familiar per capita menor que ¼ do salário mínimo. Na reforma da Previdência, o governo reduz o pagamento de um salário mínimo para apenas R$ 400, dos 60 até completar 70 anos.

A Câmara dos deputados pediu ao ministro da Economia Paulo Guedes que apresentasse os dados que o fez chegar aos números que propôs. Há uma semana, Guedes, pressionado, apresentou alguns gráficos e tabelas que “não provam nada do que ele queria”, comentou Bacelar.

“Ou eles não têm os números que justifiquem a reforma, ou então eles estão com medo porque com eles vai ficar claro quem paga o que. Vai mostrar que quem vai pagar é o pobre e o trabalhador”, afirmou.

“O problema é que eles não estão preocupados com o professor, com o policial militar raso, até porque o governo federal não tem essas categorias entre seus quadros”.

“Sobre o aumento da idade mínima, veja o caso dos professores de educação básica. Em um caso no qual o professor comece a trabalhar aos 30 anos e cumpra os 25 anos de contribuição. Aí já está com 55 anos. Mas com a reforma da Previdência, terá que trabalhar mais 10 anos para cumprir a idade mínima que o Bolsonaro tem proposto. Vai ficar na sala de aula até os 65 anos. Quem vai conseguir isso? O Bolsonaro com certeza não conhece a realidade das salas de aula”, concluiu.

PEDRO BIANCO

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Uma resposta

  1. Eu estou arrependido de votar pois estou com 74 anos e fui enganando. Mais uma vez porque não cobra as firmas que devem os bancos os clubes assim não precisaria roubar de nos que trabalhamos mais de trinta anos o povo brasileiros só se enche para samba só vive de ilusões. Nota eu fui metalúrgico mas nunca acreditei no partido pt.

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