CPI do Golpe aprova quebra de sigilos de Mauro Cid e Anderson Torres

Cid, ‘ex-faz-tudo’ de Bolsonaro, já foi convocado e compareceu à CPI, mas ficou em silêncio. Torres vai ser ouvido pela comissão na próxima terça (8). Reunião foi aberta à imprensa, mas não houve depoimento

A CPI do Golpe aprovou, nesta quinta-feira (3), a quebra de sigilos de várias pessoas, incluindo Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal.

Mauro Cid compareceu à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Investigação) dos Atos Golpistas no Congresso Nacional, mas optou por permanecer em silêncio e não respondeu às perguntas dos parlamentares durante o que deveria ser o depoimento dele.

Ele se recusou, por exemplo, a responder a idade dele, o que não iria incriminá-lo.

Em relação a Mauro Cid, a CPI aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático (mensagens) dele. A vida dele foi devassada pela comissão.

A reunião do colegiado desta quinta-feira foi aberta à imprensa, mas não houve tomada de depoimento. Destinou-se à votação de requerimentos com diversas finalidades. Entre essas, a convocação para depor no inquérito parlamentar.

EX-SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA

Anderson Torres, que ocupou o cargo de ministro da Justiça no governo Bolsonaro, atuava como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em 8 de janeiro, data dos atos golpistas.

Devido às suspeitas de omissão e permissividade em relação aos eventos ocorridos naquele dia, Torres chegou a ser preso preventivamente. Agora cumpre prisão domiciliar, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

A CPI decidiu quebrar os sigilos telefônico e de mensagens de Torres. Ele será ouvido pela comissão na próxima terça-feira (8).

Ainda na reunião, a CPI também aprovou a quebra de sigilos de outras pessoas, entre elas: o general Carlos Eduardo Feitosa Rodrigues: nomeado servidor do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no governo Bolsonaro; André Luiz Garcia Furtado, coronel e servidor do GSI que esteve no Palácio do Planalto no dia dos atos golpistas.

TERRORISTA COM SIGILOS QUEBRADOS

Nesta quinta-feira, a CPI dos Atos Golpistas também aprovou a quebra dos sigilos telefônico e telemático do terrorista George Washington.

Ele é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro e foi condenado por ter colocado bomba em caminhão-tanque próximo ao aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro do ano passado, às vésperas da posse de Lula como presidente.

Em depoimento à CPI, o perito da PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal), Renato Carrijo, afirmou que o material explosivo utilizado por George Washington é comumente utilizado por empresas especializadas na explosão de pedreiras.

M. V.

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