Cogitar venda do Porto de Santos foi “um dos piores equívocos”, afirma Márcio França

“É um dos piores equívocos do governo passado em questão de logística, imaginar que era possível você fazer a venda da autoridade portuária”, disse o ministro de Portos e Aeroportos

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, declarou que um dos “piores equívocos” do governo Jair Bolsonaro foi cogitar a privatização do Porto de Santos.

“É um dos piores equívocos do governo passado em questão de logística imaginar que era possível você fazer a venda da autoridade portuária”, declarou França, durante participação no evento Arko Conference 2023 na 2ª feira (27).

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) insiste na privatização do Porto de Santos, localizado nos municípios de Santos, Guarujá e Cubatão, no estado de São Paulo. É o principal porto brasileiro, o maior complexo portuário da América Latina e um dos maiores do mundo e pertence à União.

Márcio Franca destacou que o governo Bolsonaro apostou na privatização e não gerou nenhuma melhoria. “O Porto de Santos tem R$ 2 bilhões guardados no caixa, é inexplicável. Quem frequenta sabe que a aparência é de que não tivesse nenhum centavo. É como se eu tivesse um carro usado, deixasse ele ficar nas últimas para vendê-lo. Aí evidentemente ele vai custar um pouco mais barato”, afirmou.

“O porto de Santos já é quase todo privatizado, as operações são privadas, o porto mantém a autoridade pública. Esse é o modelo de 99% do mundo. Vender o CNPJ da autoridade portuária criaria, na minha visão, problemas bem graves. Por exemplo, quem faz a guarda portuária é a autoridade pública, no instante em que não é mais pública, como que faz para fazer aquele mesmo tipo de fiscalização?”, questionou o ministro.

Márcio França disse que é possível que a pasta realize concessões em alguns serviços, como a dragagem da autoridade portuária.

“O assoreamento vem, em boa parte, dos rios que margeiam o porto. Se eu parar isso lá atrás no rio, e quem tem concessão pode ir atrás desse assunto, a dragagem pode ficar mais barata”, disse. “Em ficando mais barata, incide valor menor em cada produto”, declarou.

Mas para o ministro, o governo é quem deve ser responsável pelas concessões, e não as agências reguladoras. “Eu não acho correto agência licitar concessão, porque não vejo como a agência fazer o papel do governo. Esse é o papel do governo, agência tem que fiscalizar, controlar”, afirmou.

França mencionou como exemplo a fiscalização de aeroportos, realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo ele, a agência reguladora realiza o processo de concorrência, quando deveria ser responsável apenas pela fiscalização. “A agência é reguladora, tem que ter autonomia para fiscalizar. Se ela faz ela própria a concorrência, é evidente que depois fica mais difícil fazer análise do que ela fez”, ressaltou.

Márcio Franca destacou que o governo Bolsonaro apostou na privatização e não gerou nenhuma melhoria. “O Porto de Santos tem R$ 2 bilhões guardados no caixa, é inexplicável. Quem frequenta sabe que a aparência é de que não tivesse nenhum centavo. É como se eu tivesse um carro usado, deixasse ele ficar nas últimas para vendê-lo. Aí evidentemente ele vai custar um pouco mais barato”, afirmou.

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