Brasil avança nos projetos de lançadores espaciais

“Os significativos investimentos da FINEP em projetos estratégicos de lançadores são relevantes”, afirmou Julio Shidara, presidente da entidade que representa as indústrias do setor

O presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), Julio Shidara, foi recebido pelo diretor-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), tenente-brigadeiro do ar Ricardo Augusto Fonseca Neubert, no dia 22 de agosto, para tratar de cooperação em projetos de interesse comum.

Com ele estavam o vice-presidente Jadir Nogueira Gonçalves (sócio-diretor da Fibraforte e coordenador do Comitê de Espaço da Associação) e o vice-presidente Danilo José Franzim Miranda (diretor de inovação da MacJee). Julio Shidara afirmou que o cenário atual oferece condições favoráveis para colaboração tecnológica no setor de lançadores espaciais. As declarações foram dadas em reportagem da revista Tecnologia e Defesa desta terça-feira (26).

O foco das discussões foi a colaboração para avanço de projetos de lançadores. “Todos os projetos atualmente em curso no segmento de lançadores têm muito a ganhar com o desenvolvimento conjunto de tecnologias de interesse comum”, afirmou Shidara.“Os significativos investimentos da FINEP em projetos estratégicos de lançadores, tanto na indústria quanto no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) são relevantes”, acrescentou do dirigente da AIAB.

“Não menos relevante é a iniciativa da Advocacia-Geral da União de estabelecer o Núcleo Especializado em Matéria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – Núcleo Especializado PD&I. Ela cria um cenário de oportunidades singulares para o avanço de projetos estratégicos, fundamentais para que o Brasil possa conquistar a desejada capacidade de acesso independente ao espaço”, prosseguiu.

O Núcleo Especializado PD&I foi instituído em março de 2025. Entre suas atribuições estão prestar consultoria e assessoramento jurídico a órgãos da administração direta localizados nos Estados e orientar sobre a instrução de processos administrativos correlatos. Com procuradores que participaram da construção do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, o Núcleo deve produzir interpretação jurídica alinhada ao espírito do legislador, fato que deve facilitar e intensificar a cooperação entre os setores público e privado em prol dos interesses nacionais, segundo expectativas da AIAB e empresas associadas.

O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial é uma organização militar e instituição científica e tecnológica do Comando da Aeronáutica à qual compete planejar, gerenciar, realizar e controlar as atividades relacionadas com a ciência, tecnologia e inovação, no âmbito da Força Aérea Brasileira. Os projetos discutidos são financiados pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). São eles:

1) Microlançador Brasileiro (ML-BR): Veículo de pequeno porte para lançamento de nanossatélites em órbita baixa. Desenvolvido pela Cenic Engenharia em parceria com Concert Space, PlasmaHub, Delsis, ETSYS, Bizu Space, Fibraforte, Almeida’s e Horuseye Tech. O ML-BR terá 12 metros de altura; 1,1 metro de diâmetro (primeiro estágio), massa total de 12 toneladas e capacidade de inserir até 30 kg de carga útil em órbita baixa. Cada um de seus três estágios será impulsionado por um motor de propelente sólido;

2) RATO-14X (Rocket Assisted Take-Off): Foguete de decolagem para veículo hipersônico. Desenvolvido pela Mac Jee, por meio da empresa Equipaer. Será o maior foguete já produzido pela indústria nacional, com altura estimada de 14 metros, massa total em torno de 15 toneladas e capacidade de transportar o veículo 14X até 30 km de altitude, a velocidade superior a Mach 8 (mais de 10.000 km/h); e

3) Veículo Lançador de Microssatélites – Autonomia Tecnológica (VLM-AT): Projeto de Autonomia Tecnológica para o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM), coordenado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), para desenvolvimento de tecnologias nacionais para lançadores de satélites visando a diminuir a dependência de tecnologias estrangeiras.

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