Ásia supera Europa como principal comprador de petróleo russo, revela Bloomberg

Os países asiáticos se tornaram os maiores importadores de petróleo russo pela primeira vez em abril de 2022, ultrapassando a Europa, registrou a Bloomberg na sexta-feira (27), citando a empresa de análise Kpler, com sede em Cingapura.

Cerca de 71,7 milhões de barris de petróleo russo foram entregues à Ásia no mês passado, mais que o dobro do que a Rússia enviou para a região antes do lançamento da operação militar especial de desnazificação e desmilitarização da Ucrânia e proteção do Donbass da ameaça de limpeza étnica.

As sanções ocidentais e a ameaça de uma proibição do petróleo russo em discussão na União Europeia levaram Moscou a redirecionar os embarques, o que vem ocorrendo de forma acelerada.

“Alguns dos compradores interessados ​​na Ásia são mais motivados pela economia do que por uma posição política”, alegou Jane Xie, analista sênior de petróleo da Kpler, citada pela Bloomberg.

A maior parte do petróleo redirecionado da Rússia foi enviada para a Índia e a China – dois países com enormes vínculos com Moscou e que se recusaram a endossar as sanções dos EUA/UE.

A Rússia recentemente ofereceu um grande desconto de 25% em seu petróleo – cujo preço foi alavancado pelas sanções ocidentais – facilitando esse redirecionamento do fluxo de petróleo em curso.

Ásia recebe petróleo russo por mar. De acordo com a consultora do setor FGE, o volume de petróleo transportado por via marítima aumentará de 45 a 60 milhões de barris em um futuro próximo devido à expansão do comércio da Rússia com a Ásia.

Em 26 de maio, cerca de 57 milhões de barris de petróleo russo dos Urais e 7,3 milhões de barris de petróleo do Extremo Oriente ESPO estavam em trânsito no mar, contra meros 19 milhões de Urais e 5,7 milhões de ESPO no final de fevereiro, segundo Kpler.

A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, atrás dos Estados Unidos e Arábia Saudita, e sua produção chega a 11,3 milhões de barris por dia. Dos cinco milhões de barris exportados por dia, mais da metade ia para a Europa antes de sanções serem anunciadas.

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