Aliado de Bolsonaro que chamou ministra de prostituta resiste à prisão e atira em uma agente da PF

Roberto Jefferson, que já foi preso por corrupção, estava em prisão domiciliar por tramar um golpe. Sua prisão foi decretada por desrespeito às normas ao atacar a ministra nas redes sociais

O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmou na manhã deste domingo (23) ter atirado em policiais federais que foram à sua casa neste domingo. Um agente da PF do Rio de Janeiro teria sido baleado em frente a casa do ex-parlamentar.

A informação de que um dos agentes feridos seria uma mulher e de que ele usou fuzil e granadas já foi confirmada oficialmente. Jefferson atirou e jogou granada contra agentes da PF. Não houve “troca de tiros”, como alegou.

Ele, que já tinha sido preso por corrupção, atualmente estava em prisão domiciliar por atentar contra a democracia e tramar por um golpe de Estado no país. Aliado de primeira hora de Bolsonaro, Jefferson estava proibido de entrar em redes sociais.

O ex-deputado tinha porte de armas por ser um CAC (Caçador, Atirador e Colecionador) mas ele estava proibido de possuir armas desde que foi preso. O episódio do uso de fuzis e granada contra policiais federais mostra que ele desobedeceu também a esta ordem. Aliás, mesmo quem é CAC, não pode possuir granada.

Na sexta-feira (21), desacatou a Justiça, desrespeitou as medidas protetivas que estavam em vigor e atacou a ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, chamando-a de “prostituta arrombada”.

Pela manhã vídeos foram divulgados mostrando agentes em frente à sua residência, em Levy Gasparian, na Região Sul do estado do Rio, sendo filmados pela câmera de segurança da casa. Ao fundo, o parlamentar diz que eles estavam ali para prendê-lo. Em uma segunda imagem, uma viatura da corporação aparece com os vidros atingidos. Os tiros de Jefferson não são exibidos.

“Vou mostrar a vocês que o pau cantou”, afirmou Jefferson. Estou dentro de casa e eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Chega de abrir mão da minha liberdade em favor da tirania. Não faço mais isso. Vou cair de pé”, acrescentou o presidiário.

Segundo informações de o GLOBO, após os ataques à ministra houve a determinação de que ele voltasse ao regime fechado. A ordem partiu do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito, por descumprimento de ordem judicial.

O ex-presidente Lula lamentou o que está ocorrendo no país e credita o aumento da violência ao discurso que está sendo feito por seu adversário. Em entrevista neste domingo de manhã em São Paulo, Lula disse que as ofensas que o ex-deputado fez à ministra Cármen Lúcia “não se faz a ninguém, muito menos a uma integrante da Suprema Corte brasileira”. Mais informações a qualquer momento.

RENDIÇÃO E FRITURA

No final do dia, após o repúdio de políticos, de juristas, de associações de policiais, da imprensa, em suma, de toda a sociedade, Jair Bolsonaro percebeu que tinha falhado a encenação armada por Roberto Jefferson e gravou um videozinho de menos de 30 segundos dizendo que o maluco é o Jefferson. Ele jogou o aliado ao mar e, com um atraso imperdoável, se solidarizou com os policiais feridos. O vídeo foi gravado assim que Jefferson se entregou à polícia.

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