Meirelles defende Lula e a entrega da Petrobrás

Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda de Michel Temer, aproveitou sua estadia em Davos, na Suiça, para oferecer estatais brasileiras na bacia das almas. Indagado sobre sua posição a respeito da privatização da Petrobrás, o banqueiro do BankBoston e conselheiro da JBS, declarou: “Tenho expressa essa posição [a favor] já há muitos anos. Evidentemente que tudo isso tem que ser feito paulatinamente”.

Ele afirmou também que a prioridade agora é a Eletrobrás: “a privatização da Eletrobrás é tão ou mais importante que a privatização da telefonia na década de 1990”, disse em coletiva a jornalistas no Fórum Econômico Mundial.

O ex-presidente do Banco Central de Lula também não perdeu a oportunidade de elogiar seu ex-chefe. “As pessoas têm uma memória positiva a respeito de seu governo”, disse Meirelles, “principalmente nos primeiros anos”. Período em que o Brasil passou a pagar as maiores taxas de juros reais do mundo, aumentando a transferência de recursos públicos para os bancos.

Meirelles é figura carimbada no Fórum – desde quando presidente do Banco Central no governo Lula – realizado anualmente para oferecer oportunidades a “investidores” do mundo. Ou seja, para negociar o patrimônio do país para estrangeiros.

A declaração de Meirelles em um ambiente como o “roadshow” de Davos evidente que não é nada inocente. E não é à toa que, na comitiva encabeçada por Michel Temer, uma das maiores dos últimos anos, estava também o atual presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que declarou, também em Davos, que estava . Este tem conduzido um projeto criminoso de desmonte da estatal, chamado programa de “desinvestimento”, iniciado no governo Dilma, e que consiste exatamente na entrega do pré-sal e do patrimônio da empresa.

Para convencer os possíveis açambarcadores das estatais, Meirelles não economizou nas mentiras sobre a economia do Brasil: “Agora o Brasil terminou 2017 crescendo a um ritmo forte de 3% e com expectativa de crescimento este ano. Pode ser até mais do que 3%”, disse, impreciso. Após dois anos consecutivos de PIB negativo, o Brasil está longe da recuperação econômica alardeada. Segundo relatório do FMI, o crescimento do PIB em 2017 deve ser de apenas 0,7% e em 2018, de 1,9% – muito abaixo da média mundial e dos países emergentes.

Para efetivar as tenebrosas transações em Davos, além de Meirelles e Parente, integravam a comitiva de Temer, o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Jr; os ministros de Minas e Energia, Fernando Coelho e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência; Luiz Trabuco, do Bradesco, Candido Botelho, do Itaú Unibanco, entre outros tantos.

PRISCILA CASALE

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