Carne seguirá cara, diz associação de exportadores

O preço quase impraticável da carne para a maior parte dos brasileiros de renda apertada deve ser mantido para 2020, disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Camardelli.

“Eu acho que (na média) nós não vamos retroagir nos preços da arroba e nem no preço de carne”, afirmou nesta terça-feira (10). 

Poucas horas depois, Jair Bolsonaro reforçou em live nas redes sociais que o aumento dos preços “é natural”, em tom de pouca preocupação com o consumo interno.

“Preocupa, sim. Mas estamos em uma política de livre mercado. No passado tivemos alta de outros produtos também, e é natural”, disse.

O crescimento da demanda de carnes da China – a estimativa é que 25% de toda a produção do Brasil em 2019 será exportada para o país asiático – aliada à ausência de uma estratégia de regulação de estoques para o consumo interno estourou em uma verdadeira crise de preços.

O desdobramento desta inconsequente política de exportação se prova pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que, em novembro, disparou especialmente sob impacto do preço da proteína (+8,09% apenas de um mês para o outro). No acumulado no ano, a alta no preço das carnes chega a 12,15%. Em 12 meses, o avanço é de 14,43% – quatro vezes acima da inflação oficial do país.

A estimativa da Abiec é que o volume de exportação em dezembro será o segundo maior do ano: 185,3 mil toneladas. Não fosse o veto do Estados Unidos à exportação de carne in natura do Brasil – ainda que Bolsonaro continua a bajular este país e seu presidente Donald Trump – faltaria ainda mais carne para o consumo interno.  

“Nós devemos abrir e estamos abrindo o mercado para o mundo. O mundo vem comprar aqui, sobe”, acrescentou Bolsonaro, demonstrando seu total descaso com os consumidores brasileiros. 

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