Lavrov defende “diálogo” que traga “segurança coletiva” enquanto denuncia sabotagem de Kiev

Quando diz isso, Lavrov deixa claro que não há acordo possível com os países da Otan colocando suas tropas hostis na Ucrânia, o que significa às portas de Moscou

Lavrov expôs que o acordo a ser negociado entre a Rússia e a Ucrânia deve ter por base a garantia do princípio da “segurança coletiva e nos princípios da indivisibilidade da segurança“, ou seja, um entendimento não pode ser com base nos interesses de apenas um lado, o lado do regime de Kiev.

Qualquer coisa fora disso, define Lavrov mostra o não “comprometimento em encontrar uma solução confiável e segura”, enquanto que “Moscou sempre foi a favor de um diálogo honesto”.

No entanto, o chefe da diplomacia da Rússia, Sergey Lavrov, enfatizou que o governo da Ucrânia, liderado por Volodymyr Zelensky, não está pronto para fazer um acordo. Ele disse que Kiev não está interessado em um acordo “sustentável e duradouro”, que a única coisa que o governo ucraniano pensa é a imposição de novas sanções na tentativa de colapsar a economia russa.

Lavrov também acusou os ucranianos de se associar a ideologias nazistas, de fazerem uma política de erradicação da língua russa no país, de violar os direitos de minorias na Ucrânia e de reprimir a Igreja Ortodoxa Ucraniana, uma política de extermínio que satisfaz os interesses de líderes europeus.

Na quinta-feira, 21, Lavrov disse que o presidente russo, Vladimir Putin, está preparado para fazer negociações com o governo ucraniano, mas questionou a autoridade de Zelensky na hora de assinar um acordo de paz.

O presidente russo já havia botado em dúvida a legitimidade da presidência de Zelensky, já que teria o mandato terminado em maio de 2024 mas, com a guerra, nenhuma nova eleição foi feita. Os russos disseram estar preocupados que o próximo presidente eleito na Ucrânia não respeite o acordo e use a contestação da legitimidade de Zelensky como uma maneira de suspender qualquer acordo feito.

“Com o entendimento de que todas as questões que requerem consideração no mais alto nível serão bem resolvidas, e especialistas e ministros prepararão recomendações apropriadas,” disse Lavrov ao ser perguntado por jornalistas se Putin se reuniria com Zelensky.

“E, claro, com o entendimento de que quando e se, espero quando, se trata de assinar acordos futuros, a questão da legitimidade da pessoa que assina esses acordos do lado ucraniano será resolvida,” disse.

O próprio governo de Zelensky rebateu a objeção do governo russo dizendo que o governo de presidente ucraniano é legítimo.

SABOTAGEM EUROPEIA DO ACORDO

Lavrov acusou os líderes de países europeus, como o Reino Unido, a Alemanha, França e Itália de tentar sabotar qualquer acordo que leve ao fim da guerra, pois a única coisa que estaria no interesse deles é a total derrota da Rússia.

“Os países europeus seguiram o Sr. Zelenskiy a Washington e tentaram avançar sua agenda lá, que visa garantir que as garantias de segurança sejam baseadas na lógica de isolar a Rússia,” disse Lavrov. Uma coisa totalmente inaceitável, segundo Lavrov.

Ele lembrou das discussões que os governos da Rússia e a Ucrânia tiveram quando se reuniram em Istambul em 2022. Que essa seria a melhor opção para a Ucrânia, e que os princípios e garantias do acordo foram de iniciativa da delegação ucraniana, que foram apoiados pela delegação russa e eram “verdadeiramente baseados no princípio da segurança coletiva e nos princípios da indivisibilidade da segurança”.

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