Produção industrial varia 0,1% em junho após duas quedas consecutivas, segundo IBGE

Principais impactos negativos vieram de indústrias extrativas e produtos alimentícios, ambos com perda de 1,9%

A produção industrial brasileira  variou em alta de 0,1% em junho deste ano, após dois meses consecutivos de recuo no indicador (-0,6% em abril e em maio), na série com ajuste sazonal, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta (1º).

Na passagem de maio para junho de 2025, registraram taxas positivas duas das quatro grandes categorias econômicas e 17 dos 25 ramos industriais pesquisados. 

Entre as atividades com queda na produção, os principais impactos negativos vieram de indústrias extrativas e produtos alimentícios, ambos com perda de 1,9%, ressalta o IBGE. Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis tiveram queda de 2,3%. Essas três atividades representam aproximadamente 45% do total da indústria.

Veículos automotores, reboques e carrocerias teve o maior impacto com alta de 2,4%, após recuar 4,0% em maio de 2025. Outros resultados positivos destacados pelo IBGE foram as atividades de metalurgia (1,4%), de celulose, papel e produtos de papel (1,6%), de produtos de borracha e de material plástico (1,4%), de outros equipamentos de transporte (3,2%), de produtos químicos (0,6%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (1,7%) e de impressão e reprodução de gravações (6,6%).

QUEDA DE 1,3% EM RELAÇÃO A JUNHO DE 2024

Em relação a junho de 2024, a produção industrial recuou 1,3%, puxada pelo resultado negativo em duas das quatro grandes categorias econômicas, 12 dos 25 ramos, 37 dos 80 grupos e 48,2% dos 789 produtos pesquisados.

Com esses resultados, a produção industrial nacional está 15,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, conforme a série histórica da pesquisa.

MENOS JUROS

Nesta semana, o presidente da CNI, Ricardo Alban, criticou a decisão do Banco Central (BC) de manter o nível da taxa básica de juros (Selic) em 15%. Para o empresário, a taxa de juros neste patamar, além de impor custos desnecessários para atividade econômica, complica ainda mais o cenário da indústria – que tem suas exportações aos EUA ameaçadas pelo  tarifaço de Donald Trump.

“O momento pede uma política monetária mais favorável. Precisamos de menos juros e mais crescimento”, disse Alban, ao cobrar do BC o início  do corte nos juros. “Se isso não acontecer, o quadro econômico tende a piorar, podendo consolidar uma desaceleração ainda mais intensa do que temos observado”, alertou o presidente da CNI.

Na passagem de maio para junho de 2025, a produção pelas Indústrias de transformação subiu 0,2%, um resultado incapaz de recuperar as perdas obtidas em maio (recuo de -0,5%) e abril (queda de 0,9%) deste ano.

Frente a junho do ano passado, a indústria de transformação (que representa mais de 80% da indústria geral) também assinalou taxa negativa em sua produção: – 2,2% de queda.

Na média móvel trimestral, a indústria como um todo encerrou o trimestre encerrado em junho deste ano com uma queda de 0,4% em sua produção, em relação ao trimestre encerrado em maio de 2025 (0,1%).

Entre maio para junho deste ano, a produção de bens de capital (1,2%) e bens de consumo duráveis (0,2%) apresentaram taxas positivas, após recuarem, respectivamente, 1,6% e 3,3% no mês anterior.

Já as fabricações de bens de consumo semi e não duráveis (-1,2%) e de bens intermediários (-0,1%) tiveram resultados negativos em junho, com o primeiro registrando o terceiro mês seguido de queda (período que acumula queda de 5,7%), e o segundo, repetindo  o mesmo resultado obtido em maio deste ano (-0,1%).

Na média trimestral móvel, bens de consumo semi e não duráveis ficou -1,9% em baixa, enquanto bens de consumo duráveis marcou uma queda de -1,0% em sua produção, no trimestre concluído em junho frente ao mês anterior.

Já os segmentos de bens de capital (0,2%) e de bens intermediários (0,2%) praticamente não cresceram no período analisado.

Ante junho de 2024, a fabricação de bens de consumo semi e não duráveis recuou -8,8%. A de bens de capital assinalou queda de -1,2%). Por sua vez, a de bens de consumo duráveis  cresceu 0,2%), enquanto a de bens intermediários subiu 1,7%.

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