Bolsonaro quer abolir Lei da Ficha Limpa para proteger ladrões e beneficiar a si próprio

“Eu sou até radical, o ideal seria revogar essa lei”, disse ele, para gáudio de assaltantes e outros criminosos que, como ele, poderiam disputar eleições com o fim da Ficha Limpa

O inelegível Jair Bolsonaro (PL) resolveu sair em campo para defender a revogação da Lei da Ficha Limpa, ou seja, para defender que ladrões, bandidos e criminosos condenados, conhecidos como “fichas sujas”, possam disputar eleições.

Para quem se dizia se fazia passar por um paladino na luta contra a corrupção, essa campanha contra a ficha limpa acaba com a farsa e desmoraliza a cínica cruzada moralista do bolsonarismo.

Seus cúmplices já estavam trabalhando no Congresso para permitir a volta dos ladrões e demais criminosos mais cedo para a política. Eles queriam reduzir a pena de inelegibilidade de oito anos para apenas dois anos. Mas Bolsonaro achou pouco. Ele disse que quer mesmo acabar com a lei que afasta os ladrões da política. Disse que afastar os ladrões da política é “perseguir a direita”.

“A lei da Ficha Limpa serve apenas para isso perseguir a direita e ponto final, teria vários casos para comentar aqui”, cita o criminoso, que será julgado em breve. Ele destaca que não defende apenas a mudança na redação, mas sim a revogação da lei. “Eu sou até radical, o ideal seria revogar essa lei, que assim não vai perseguir mais ninguém e quem decide se vai eleger ou não o candidato é você”, completou Bolsonaro.

Ele responde por vários crimes, entre eles, organizar um golpe que assassinaria o presidente Lula, o vice, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, do STF. Ele já está inelegível por determinação do TSE por oito anos por abuso do poder e tentativa de inviabilizar as urna e as eleições.

Bolsonaro não está satisfeito com o projeto de lei complementar (PLP) de Bibo Nunes (PL-RS), seu aliado, que tem o intuito de reduzir o período de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa de oito para dois anos. A matéria prevê mudanças também para que o prazo de inelegibilidade comece a contar a partir da eleição que resultou na punição.

Atualmente, a matéria está parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, onde espera ser analisada se é ou não constitucional. Se aprovada, a proposta ainda precisa do aval da maioria absoluta dos deputados, ou seja, 257 votos. A medida beneficiaria Bolsonaro. A lei da Ficha Limpa foi sancionada em 2010, e considera inelegível por oito anos quem for condenado pelos seguintes crimes:

1 – Corrupção

2 – Lavagem de dinheiro

3 – Abuso de poder econômico ou político

4 – Crimes contra a administração pública

5 – Crimes eleitorais com pena superior a 2 anos

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