Demora na melhoria econômica eleva reprovação de Lula, aponta pesquisa Quaest

Houve uma queda de 9 pontos percentuais entre aqueles que acreditam que a economia vai melhorar na comparação com a última pesquisa

Pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (6), aponta que 51% dos entrevistados aprovam o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto, por outro lado, 46% desaprovam.

QUEDA DE TRÊS PONTOS

O índice de aprovação de Lula caiu três pontos percentuais na comparação com a pesquisa anterior, realizada em dezembro de 2023. À época, 54% dos entrevistados aprovavam o trabalho do presidente, enquanto 43% reprovavam.

Em agosto a mesma pesquisa Quaest registrou o melhor índice pessoal do presidente – 60% aprovavam contra 35% que desaprovavam – e do governo – 42% positivo e 24% negativo.

Avaliação do trabalho que o presidente Lula está fazendo

Reprodução G1 (Fonte: Quaest)

O resultado desta última pesquisa mostra que a população brasileira está esperando mais do governo nos temas que envolvem a economia e a melhoria da qualidade de vida. Claramente existe uma insatisfação com o ritmo de crescimento das atividades, com alta de preços e com as defasagens salariais. Para 38% dos entrevistados, a economia no Brasil piorou nos últimos 12 meses. Para 34%, ficou do mesmo jeito. Apenas 26% consideraram que a economia melhorou. Segundo o levantamento, 3% dos entrevistados não souberam ou não responderam.

INSATISFAÇÃO COM ECONOMIA

A expectativa pela retomada das mais intensa das atividades econômicas do país ainda não está sendo atendida no ritmo desejado e a população está explicitando insatisfação com esse quadro. Não há um sentimento claro de que as coisas estão melhorando, algo expresso no resultado da pesquisa Quaest. Na comparação com a pesquisa anterior, houve um crescimento de 7 pontos percentuais entre aqueles que acham que a economia piorou, e uma queda de 8 pontos entre os que acreditam que houve uma melhora.

Avaliação geral do governo Lula

Reprodução do G1 (Fonte: Quaest)

Os preços dos alimentos nos supermercados interferiram na avaliação. A própria Quaest revela que até agosto, a perspectiva de queda no preço dos alimentos era crescente, chegando a 36%. Depois disso, houve uma ligeira queda até dezembro, quando 32% ainda diziam que houve queda no preço dos alimentos. De lá pra cá, esse índice despencou e atualmente apenas 13% dos entrevistados afirmam que os preços dos alimentos estão em queda.

PREÇOS DOS ALIMENTOS

Por outro lado, 73% afirmam que os preços dos alimentos subiram. Essa percepção era de 37% em agosto de 2023 – menor índice da série – e subiu de forma vertiginosa a partir de dezembro, quando 48% afirmavam que os preços subiram.

O impacto econômico também encontra eco no preço das contas de serviços residenciais, como luz e água, que subiram para 63%, como também dos combustíveis, considerados mais caros para 51% dos entrevistados. Até mesmo entre declarados eleitores de Lula, a expectativa econômica vem caindo de forma recorrente, passando de 86% que apostavam em melhor no início do mandato para atuais 69%.

Com a demora na retomada da economia, a pesquisa mostra que cresceu a desesperança. 46% dos entrevistados afirmaram que têm a expectativa de que a economia vai melhorar. Para 31%, a economia vai piorar. Além disso, 19% acreditam que vai permanecer como está. Por fim, 4% não souberam ou não responderam. Na comparação com o levantamento anterior, houve uma queda de 9 pontos percentuais entre aqueles que acreditam que a economia vai melhorar.

AVALIAÇÃO DO GOVERNO

A pesquisa Quaest também perguntou como os entrevistados avaliavam o governo Lula de forma geral. Segundo o levantamento, 35% avaliam o governo de forma positiva. A avaliação é negativa para 34% dos entrevistados e regular para 28%. Não souberam ou não responderam somam 3%. Na comparação com a pesquisa anterior, a avaliação positiva do governo oscilou 1 ponto percentual para baixo (antes estava em 36%). Já a avaliação negativa cresceu 5 pontos percentuais (antes estava em 29%).

As opiniões não variaram em relação à pesquisa anterior quando a pergunta foi a comparação com o governo passado. Para 47% dos entrevistados, o governo Lula está melhor do que o governo Bolsonaro. Por outro lado, 38% disseram que a gestão atual está pior do que a anterior e 11% acreditam que os governos estão iguais. Não souberam ou não responderam somam 4%.

A reprovação do governo entre os evangélicos, que era de 30% no início do mandato, agora está em 48%. O salto maior, de 13 pontos percentuais, se deu entre dezembro e fevereiro. Apenas 22% dos evangélicos classificam como positivo o governo e 27% como regular.

AVALIAÇÃO DE DECISÕES DO STF

Outra pesquisa também da Quaest avaliou algumas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria dos brasileiros (74%) avalia que o STF “incentiva a corrupção” ao anular punições da operação Lava Jato a empreiteiras. Outros 14% acham que não e 12% não responderam ou não souberam opinar.

Outra pergunta foi sobre as críticas de Lula ao genocídio praticado pelo governo israelense em Gaza. 60% dos entrevistados consideram que Lula exagerou ao comparar o que acontece em Gaza ao que Hitler fez na Segunda Guerra. Por outro lado, 28% acham que Lula não exagerou. O restante (12%) não soube responder.

QUEDA ENTRE MULHERES

Ente as mulheres, um público que sempre apoiou majoritariamente a administração de Lula, a aprovação pessoal do presidente passou de 60% em agosto do ano passado para atuais 51% – uma queda de 9 pontos. Ao mesmo tempo, a desaprovação de Lula entre as mulheres cresceu de 35% para 45% no período. O levantamento ouviu 2 mil pessoas entre os dias 25 e 27 de fevereiro, em 120 municípios, e foi encomendado pela Genial Investimentos. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

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