Na PF, Do Val volta a jogar plano de golpe nas costas de Silveira e tenta acobertar Bolsonaro

O senador Marcos do Val (Pode-ES) prestou depoimento à Polícia Federal, na quarta-feira (19), sobre o plano de gravar uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para favorecer Jair Bolsonaro em sua cruzada contra a democracia.

Do Val está sendo investigado e foi alvo de mandados de busca e apreensão por envolvimento no plano que atenta contra a liberdade do Poder Judiciário.

No depoimento à PF, Marcos do Val voltou a repetir a versão, entre várias que ele já deu para o assunto, que protege Jair Bolsonaro dos atos criminosos antes denunciados.

De acordo com o senador, a ideia de gravar a conversa com Alexandre de Moraes foi expressa pelo ex-deputado Daniel Silveira em uma reunião realizada em dezembro de 2022, na qual Jair Bolsonaro teria permanecido em silêncio.

Depois do depoimento, do Val se esquivou da imprensa e não quis falar.

A versão contada por Marcos do Val à PF é diferente da relatada por Jair Bolsonaro, que prestou depoimento há uma semana.

Bolsonaro disse que esteve, em dezembro de 2022, em uma reunião com o ex-deputado Daniel Silveira e com o senador Marcos do Val.

No entanto, disse que nenhum dos três falou nada sobre um possível grampo ao ministro Alexandre de Moraes. Essa história foi contada à imprensa, ao final do depoimento.

Bolsonaro falou que o encontro teve como pauta única a possibilidade de Marcos do Val deixar seu partido, o Podemos, para mudar em direção ao PL. Disse ainda que “não tinha nenhum vínculo” com Marcos do Val e “não tinha nenhum plano” sendo conversado entre eles.

O ex-presidente, em um deslize, comentou que Daniel Silveira “queria que o Marcos do Val falasse alguma coisa, mas não falou nada”.

Na mesma época em que Bolsonaro, do Val e Daniel Silveira se encontraram, membros do governo mantinham conversas sobre a possibilidade de um golpe e planejavam impedir que Lula tomasse posse. É o caso do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e do ex-ajudante de ordens Jair, Mauro Cid.

A nova versão dada por Marcos do Val e a história contada por Jair Bolsonaro à PF são antagônicas à primeira versão dada pelo senador.

Em fevereiro, Marcos do Val disse expressamente que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava envolvido e teria lhe “coagido” para grampear Moraes.

O senador denunciou “a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de estado junto com ele”. Depois, voltou atrás e passou a repetir a versão que isenta Jair Bolsonaro de qualquer culpa.

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