Em mensagem à ONU, Lula defende Vini Jr: “vamos virar o jogo contra o racismo”

O presidente Lula enviou uma mensagem para a Organização das Nações Unidas (ONU) condenando o racismo na Espanha contra o jogador Vinícius Jr. e disse que o caso é “imperdoável” e que é preciso “fazer mais” para combater “esse circuito desumanizador da violência”.

O vídeo de Lula foi enviado para o Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU, que se reuniu na terça-feira (30).

“O racismo transcende fronteiras, como ficou demonstrado nas constantes ofensas sofridas pelo jogador brasileiro Vini Junior”.

“A lição que podemos tirar desses imperdoáveis episódios é que, se Vini Júnior, um jovem de 22 anos, é capaz de insurgir contra multidões hostis, não resta dúvida de que podemos e devemos fazer mais para interromper esse circuito desumanizador da violência”, afirmou o presidente.

“Com a participação de cada um de vocês nessa luta, estou certo de que vamos virar o jogo contra o racismo”, finalizou.

Vinícius foi vítima de racismo em diversos jogos na La Liga, campeonato espanhol de futebol. Uma torcida rival simulou o enforcamento de um boneco com a camiseta de Vini e outras o chamaram, em coro, de “macaco”.

O jogador da Seleção Brasileira está confrontando as lideranças do futebol espanhol para que ações efetivas sejam tomadas. De acordo com ele, “o racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam”.

Ainda na mensagem enviada ao Fórum, Lula destacou que o governo brasileiro tem “compromisso com a bandeira da igualdade racial no âmbito interno e internacional, deixando portas abertas para a realização da sessão do Fórum no Brasil”.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, apontou que a redução “das desigualdades social, de gênero e econômica só serão efetivas com a centralidade da luta contra o racismo”.

Em discurso, ela ainda enfatizou que o Fórum é um “extraordinário espaço de combate ao racismo, à xenofobia, à intolerância e ao discurso de ódio”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro ignorou o Fórum, deixando o Brasil sem representante.

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