Senado presta homenagem a Janja e Rosa Weber no Dia das Mulheres

Jornalista Glória Maria, que faleceu no mês passado, também foi lembrada. “Precisamos institucionalizar nossa presença nos espaços de poder”, disse Janja ao receber prêmio. A primeira dama, e a presidente do STF, Rosa Weber, receberam diploma Bertha Lutz das mãos do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, receberam das mãos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o diploma Bertha Lutz, ativista feminina no século 20. A solenidade ocorreu nesta quarta-feira (8), no plenário do Senado.

Janja ao receber a placa Bertha Lutz das mãos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Foto: Geraldo Magela – Agência Senado

O Senado federal também prestou homenagem póstuma à jornalista Glória Maria, que faleceu no mês passado.

“Meu compromisso com o aumento da representação das mulheres na política é permanente. Acredito que precisamos institucionalizar nossa presença nos espaços de poder”, disse Janja ao receber o prêmio.

“Também serei aliada de primeira hora nas ações contra violência de gênero na política”, acrescentou Janja ao discursar no plenário do Senado.

IGUALDADE SUBSTANCIAL

“A igualdade fez-se assim e continua a se fazer a sub-representação feminina também neste Parlamento, a partir da perspectiva masculina a respeito da mulher. Vale dizer, igualdade formal, na lei, e não igualdade substancial, efetiva”, disse a presidente do STF, ministra Rosa Weber.

Presidente do STF, ministra Rosa Weber. Foto: Geraldo Magela – Agência Senado

Janja apontou que as mulheres ocupam 17,7% das cadeiras na Câmara — são 513 deputados — e, no Senado, 16%, entre os 81 senadores.

“Houve avanços na representatividade de mulheres brasileiras, mas está abaixo da média mundial de 26% nos parlamentos”, assinalou.

BERTHA LUTZ

Zoóloga de profissão, Bertha Maria Júlia Lutz é conhecida como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras. Ela se empenhou pela aprovação da legislação que outorgou o direito às mulheres de votar e de serem votadas.

Nascida em São Paulo, dia 2 de agosto de 1894, filha da enfermeira inglesa Amy Fowler e do cientista e pioneiro da Medicina Tropical Adolfo Lutz, Bertha foi educada na Europa, formou-se em Biologia pela Sorbonne e tomou contato com a campanha sufragista inglesa.

Voltou ao Brasil em 1918 e ingressou por concurso público como bióloga no Museu Nacional, sendo a segunda mulher a entrar no serviço público brasileiro. Ao lado de outras pioneiras, empenhou-se na luta pelo voto feminino e criou, em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o embrião da FBPF (Federação Brasileira pelo Progresso Feminino).

Em 1922, Bertha representou as brasileiras na Assembleia-Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos, sendo eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. 

Somente 10 anos depois do ingresso das brasileiras na Liga das Mulheres Eleitoras, em 1932, por decreto-lei do presidente Getúlio Vargas, foi estabelecido o direito de voto feminino no país.

Bertha Lutz faleceu no Rio de Janeiro, em 16 de setembro de 1976, aos 84 anos.

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