Demanda por bens industriais cai 7,7%

Ipea registra a queda nos 12 meses encerrado em janeiro e um recuo de 2,3% no mês na comparação com dezembro

Com a economia estagnada, inflação acelerada, desemprego elevado e os juros cada vez mais altos, a demanda interna por bens industriais, aqueles bens adquiridos para produção de outros bens, recuou 7,7% em janeiro de 2022, na comparação com mesmo mês de 2021, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Indicador de Consumo Aparente de Bens Industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno acrescida das importações – também demonstra uma queda de 2,3% em janeiro de 2022, em relação a dezembro de 2021, e um retrocesso de 3,8% no trimestre móvel, em comparação com o mesmo período de 2021.

Quando observado o quadro das grandes categorias econômicas, todos os segmentos apresentaram desempenho negativos em janeiro na comparação interanual:

· Bens de Capital (-22,0%)

· Intermediários (-5,2%)

· Consumo (-9,5%)

· Duráveis (-21,2%)

· Semi e não duráveis(-6,4%)

Na passagem de dezembro para janeiro, todos os segmentos também apresentaram desempenho negativos, com destaques para Duráveis (-14,2%) e Bens de Capital ( -12,9%).

Com relação às classes de produção, a demanda interna por bens da indústria de transformação também recuou, registrando uma queda de 3,2% sobre janeiro e um recuo de -9,2% frente a  janeiro de 2021.

Entre os componentes do consumo aparente, enquanto a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) caiu -9,9%, na  comparação interanual, as importações de bens industriais cresceram 3,0%, na mesma base de comparação.

Em janeiro, a produção industrial brasileira recuou 2,4%, na comparação com dezembro, segundo o IBGE.

Assim, em tempos de governo Bolsonaro, o resultado é a maior baixa para o mês desde 2018, quando em janeiro daquele ano caiu 2,6%. Com este resultado, a indústria brasileira segue distante de seu patamar pré-pandemia, 3,5% abaixo do nível de fevereiro de 2020, e 19,8% abaixo de seu nível recorde, atingido em maio de 2011.

“Vale mencionar que apresentam taxas de dois dígitos tanto o desemprego, como a inflação aos consumidores e os juros básicos definidos pelo Banco Central (Selic), deprimindo o mercado doméstico”, ressalta o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), ao avaliar que “o ano de 2022 começou com declínio da atividade econômica, em um movimento liderado pela indústria, mas que não poupou nem o varejo nem os serviços”.

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