Fiesp: aumento dos juros golpeia economia

“Muito mais que o BC e o Tesouro, são os poderes da República e a sociedade que devem dar as diretrizes visando o interesse comum do desenvolvimento nacional”, afirma Josué Gomes da Silva, presidente da entidade

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), já sob o comando o empresário Josué Gomes da Silva, fez duras críticas à decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de elevar a taxa básica de juros (Selic) para 10,75%, “já que,” segundo a Fiesp, “a inflação que visa combater não apresenta um perfil condizente para um tratamento exclusivo via aumento dos juros”.

“Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo as questões conjunturais, em geral de curto prazo e que definem as ações monetárias do Banco Central (BC), não devem sobrepor-se às razões estruturais que influenciam a economia nacional. Muito mais que o BC e o Tesouro, são os poderes da República e a sociedade que devem dar as diretrizes visando o interesse comum do desenvolvimento nacional”, diz a nota da entidade divulgada na quarta-feira (2).

Josué Gomez da Silva, assumiu recentemente a presidência da Fiesp. Dirigente da Coteminas, o empresário é filho do saudoso José Alencar, vice-presidente da República no governo Lula onde combateu a política monetária de juros altos implementada pelo então ministro Henrique Meirelles, quando o Brasil passou a ser o campeão mundial de juro real. José Alencar faleceu em 2011.

A seguir reproduzimos na íntegra a nota da Fiesp.

MUITO MAIS QUE O COPOM

Após as reuniões do Copom, como a que hoje elevou a Selic de 9,25% para 10,75%, deveriam soar como alerta sobre tudo o que deixamos de fazer a contento para colhermos crescimento econômico com geração de emprego e renda de modo sustentável.

O novo patamar da Selic incomoda, e muito, já que a inflação que visa combater não apresenta um perfil condizente para um tratamento exclusivo via aumento dos juros. 

Mas deveriam incomodar muito mais as razões que movem o Copom a refrear a atividade econômica já combalida. 

Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) as questões conjunturais, em geral de curto prazo e que definem as ações monetárias do Banco Central (BC), não devem sobrepor-se às razões estruturais que influenciam a economia nacional. Muito mais que o BC e o Tesouro, são os poderes da República e a sociedade que devem dar as diretrizes visando o interesse comum do desenvolvimento nacional.

Para tanto, além de reconhecer as virtudes do setor primário e sua importância para a economia brasileira, é preciso também almejar o mesmo dinamismo para o setor industrial. A indústria de transformação é o principal canal de geração de inovações e espraiamentos tecnológicos para os demais setores.

A expansão da renda e a geração de empregos de qualidade são características da indústria de transformação, com impactos positivos generalizados, do agronegócio aos serviços. Por isso, a Fiesp afirma: é preciso pensar para além do Copom.

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp

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