Deputados propõem tirar Eduardo Bolsonaro da Presidência de Comissão por ataques à China

Deputados que integram a Comissão de Relações Exteriores e defesa Nacional (CREDN) da Câmara estão indignados com as provocações de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da comissão, contra a China e propõem destituí-lo do cargo.   

“Esse cara está prejudicando o país. Até quando vamos dar asas a esse louco aí?”, perguntou o deputado Fausto Pinato (PP-SP), presidente da Frente Parlamentar Brasil-China e a frente dos Brics (Brasil, Rússia, Índica, China e África do Sul).

Para o deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), “Eduardo Bolsonaro vive cometendo desatinos e envergonhando o Parlamento. Não tem cabimento uma postura desse tipo do presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara”.

“A necessidade é urgente de destituí-lo da Presidência”, continuou.

O filho de Jair Bolsonaro fez uma publicação em suas redes sociais na qual apoia a chamada “Clean Network”, organização criada por Donald Trump para tentar excluir as empresas chinesas da disputa da rede 5G nos países.

Segundo Eduardo, a ideia de Trump é criar “uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”.

A embaixada da China no Brasil respondeu afirmando que acusações como as de Eduardo Bolsonaro prejudicam a relação entre os dois países.

A China disse ainda que “tais declarações infundadas não são condignas com o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados”.

A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) apresentou um pedido de destituição de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) da Presidência da comissão por conta dos ataques à China.

 “Uma instituição que se deve dar ao respeito não pode permitir que seus membros achincalhem outros países, prejudicando históricas relações”, argumentou Perpétua, que já foi presidente da Comissão.

“Eduardo presidiu a Comissão, mas não aprendeu nada sobre relações internacionais. Nações não têm amigos ou inimigos, elas têm interesses”, disse.

Perpétua Almeida disse também que é “inacreditável que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fique calado, assistindo o filho insultar a China, maior parceira comercial do Brasil”.

“É inaceitável que o filho do presidente se comporte desse jeito e o presidente não faça nada”, diz a deputada.

“A disputa China X EUA sobre 5G, que o Brasil se comporta defendendo interesses de terceiros e não os seus, é guerra entre potências. Domínio da 4ª revolução industrial. E quem conquistar esse domínio, conquistará o mundo. Como o Brasil vai entrar nessa 4ª revolução industrial?”, questionou.

“Não quero saber o que é melhor para a China ou para os Estados Unidos. Quero saber o que é melhor para o Brasil”, concluiu a deputada.

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